terça-feira, 11 de maio de 2010

cartas da prisão

"A realidade é diferente...

  
Nem todos que alguma vez estiveram no cárcere são necessariamente assassinos... Porém, uma vez que alguém está lá dentro, mesmo que por crimes menores, ele geralmente é tratado ou visto como se fosse um dos piores criminosos. E isto não pelo crime ou transgressão cometida, mas pelo simples fato de se estar agora na condição de preso. Muitas pessoas têm a postura/atitude de simplesmente “fechar os olhos”, o que dificulta ainda mais a re-inserção do ex-detento na sociedade após o cumprimento da sua pena. Mesmo que existam instituições e lugares que ofereçam apoio para quem se encontra nessa situação, isso não resolve o problema, uma vez que um possível empregador geralmente assume a atitude antes mencionada.

Entrevista:

Empregador: “O que o Sr, tem feito nos últimos anos, com que tem se ocupado?”
Ex-detento: “Estive cumprindo a minha pena...”
Empregador: “Ok, nós lhe retornaremos”

Assim, uma re-inserção no mercado de trabalho não foi possível. A família sente-se rebaixada/envergonhada – isso eu posso falar por experiência própria, sou uma presidiária que está cumprindo pena atualmente – não consegue lidar com a questão, se abrir/aceitar a realidade/verdade, o que é potencializado pelo preconceito dos demais. Se os familiares, conhecidos ou vizinhos forem questionados, se esquivam ou inventam histórias como “ ela viajou, está trabalhando no exterior, etc” ; quando na verdade a filha/irmã/mãe/neta está cumprindo pena na prisão. Esse fato em si, não é “ruim” ou “de outro mundo”, é normal que qualquer transgressor cumpra a sua pena, uma vez que isso é a vontade de Deus, como diz a Bíblia...

Pessoalmente, desejo que as pessoas não fechassem os olhos perante quem vive tal realidade. Algo assim pode acontecer com qualquer um, quando se menos espera ou mesmo sem intenção. E então de repente essa realidade (tanto temida) se torna a própria realidade ( o que eu não desejo para ninguém)."

A autora deste trecho ainda escreve:”desejo que aqueles que lerem o que escrevi , sintam-se à vontade para expressar a própria opinião a respeito desse assunto, opinião essa que me interessaria saber”.
(tradução: Daniel Gorsten )

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Brief aus dem Gefängnis - Gemeinsam Brücken zueinander bauen

"Die Realität sieht anders aus…"

foto: Mathematikum Gießen

"Nicht jeder, der einmal im Gefängnis saß, ist ein Mörder… Doch, wenn man schon wegen kleiner Delikte im Gefängnis saß, wird man hinterher oft wie ein Schwerverbrecher behandelt oder als schlimmer Krimineller angesehen. Aber nicht, weil man eine Straftat begangen hat, sondern weil allein das Wort ‚Gefängnis‘ ausreicht, eine solche Reaktion hervorzurufen. Viele Mitmenschen verschließen die Augen und das macht es Gefangenen nach Absitzen der Strafe viel schwieriger, den Einstieg in das normale Leben zu schaffen. Es gibt zwar Anlaufstellen, die Hilfestellung bieten, doch die können die Meinung z.B. von einem Arbeitgeber nicht ändern.

Vorstellungsgespräch
Arbeitgeber: Was haben Sie die letzten Jahre gemacht?
Ex-Gefangener: Meine Strafe im Gefängnis abgesessen…
Arbeitgeber: Gut. Sie hören dann von mir.

Mit dem Job hat es nicht geklappt. Die Familie, die sich erniedrigt fühlt – das schreibe ich aus eigener persönlicher Erfahrung, ich bin eine Gefangene, die ihre Strafe z.Z. absitzt – kann sich der Wahrheit und der Wirklichkeit nicht öffnen, weil andere die Scheuklappe aufhaben. Eigene Familienmitglieder können nichts erzählen, Bekannte oder Nachbarn nichts sagen, sondern sie antworten: „Oh, die ist verreist“ oder „ Sie arbeitet zur Zeit im Ausland“. In Wirklichkeit sieht es anders aus; denn die Tochter, Schwester, Mutter oder Enkelin sitzt im Gefängnis. Das selbst ist nichts Schlechtes, dass man für seine Straftat Buße tut, so hat es Gott schon in der Bibel gehalten…
Ich persönlich wünschte jedoch, Menschen würden ihre Augen nicht verschließen. Denn es kann jeden selber treffen, ohne Absicht. Und dann ist die Realität auf einmal im eigenen Leben angekommen (wünsch‘ ich natürlich keinem)." nk

Die Autorin schreibt dazu: „Ich habe die Idee, dass die, die das lesen, Ihre eigne Meinung dazu abgeben können, da mich die interessiert.“